segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Estou eu uma guerreira?

Coragem é a palavra que define o meu momento de vida: essa palavra foi meu lema no final do ano passado, tive que deixar meu coração agir (coragem = quando o coração age) para conseguir deixar para trás o que não fazia mais sentido para mim e buscar novos desafios. É assim que continuo me sentindo, dia após dia, uma corajosa!
"Wordcloud" com qualidades que meus amigos e familiares associam a mim. (dezembro de 2010)
Mesmo estando disposta e cheia de expectativa para encarar muitos desafios, tenho algumas dúvidas sobre o que quero fazer nos próximos anos... gostaria de continuar trabalhando com jovens, mas talvez com um enfoque diferente: utilizando a comunicação como ferramenta para desenvolvimento pessoal e profissional. Mas, além disso, gostaria muito de trabalhar com desenvolvimento de pessoas a partir da dinâmica dos grupos, independente da faixa etária das pessoas.

Diante desses interesses, da atuação que venho tendo, o que está ficando cada vez mais claro para mim é que meu melhor sonho é utilizar a comunicação como uma forma de ajudar as pessoas a buscar mais satisfação pessoal e profissional. A partir do momento que tu conheces a ti mesmo, conheces as pessoas a tua volta, vai em busca dos teus sonhos, enfim... que tu decides se encontrar na vida... a vida parece que se torna mais fluída. Meu sonho é oportunizar às pessoas desenvolver o melhor ritmo para suas vidas através da comunicação.
Como falo para os jovens do Geração Y: todo mundo tem aquele sonho grande, aquele que é um topo de montanha bem alto, mas temos também os sonhozinhos, aquelas metas menores que nos fazem alcançar o sonho maior. Os meus sonhozinhos são representados pela operacionalização do sonho grande, que é um dos meus principais desafios: como oferecer isso para as pessoas? quem precisa disso? quem vai me ajudar?
Okai, eu sei que tenho desafios, meu sonho parece um pouco intangível... mas eu sei que sou uma guerreira e faço acontecer as coisas nas quais acredito de verdade.
Penso que desde sempre fui uma guerreira, pelas histórias que já contei e outras que ainda vou contar. Mas acho que meu ponto de virada, o momento que assumi pra mim mesma que sou uma guerreira sem armas, foi quando decidi assumir a responsabilidade sobre minha própria vida e superar as coisas ruins que vivi.

A Pedagogia da Cooperação tem por propósito ajudar as pessoas a VenSer, ou seja, ser quem elas realmente são. Isso individualmente já é um desafio, cada um ser tudo de melhor que puder ser, mas quando levamos isso pro âmbito coletivo o desafio se torna ainda maior. No Laboratório de Práticas em Pedagogia da Cooperação (LabPedCoop) tenho vivenciado muitas experiências novas e transformadoras, que tem me ajudado nesse processo de buscar quem eu eu sou, qual a minha essência: por isso, me considero uma guerreira sem armas.

Em uma das atividades da primeira etapa do LabPedCoop (agosto/2011) nos dividimos em times e criamos um "canto de paz" e uma bandeira para o nosso time. No vídeo estou com meu time entoando o hino e carregando a bandeira!

Carregando a bandeira e chamando o time envergonhado pra coreografia! 



domingo, 6 de novembro de 2011

Oi, tudo bom?

Ai vai a primeira tarefa: uma apresentação pessoal.

Nasci no dia dos pais de 1986, dia 10 de agosto. Na cidade de Santa Maria (SM), também conhecida como o coração do Rio Grande (do Sul).
Eu com 1 anos e 4 meses no pátio de casa em SM.
 Me chamam de Rica, Cla, Clari, Clari-Clari, Claclá, Clarissa... a escolha do meu nome não tem nada a ver com o "Clarissa" do Érico Veríssimo, mas no meu íntimo eu acredito que sim. =) 

Sou a filha mais nova de um militar e uma dona de casa, tenho dois irmãos e duas irmãs. Tenho três sobrinhas lindas e um sobrinho arteiro e delicioso.
Sobrinhas: Daiane (esq.) e Ana Paula (dir.) prontas para o carnaval de 2011 - o 1º de muitos! 

Eduardo no final de 2009, formatura da pré-escola.

Luíza - irmã do Dudu, no Parque Tanguá (Curitiba)
A infância e pré-adolescência foi um período tranquilo e gostoso, fui tia bem nova, então sempre tinha minhas sobrinhas como companheiras de brincadeiras (e hoje de balada!).

Junto com o Ensino Médio fiz um curso técnico em mecânica.
Durante o colégio fiz amizades incríveis que mantenho até hoje. Duas delas foram minhas companheiras em um dos meus primeiros empreendimentos: “venda de rapadura”. Com a grana pagamos nossa viagem para uma tradicional festa alemã realizada na cidade vizinha de Santa Cruz do Sul.

Da esquerda pra direita: Jana, Ana e eu - as vendedoras oficiais de rapadura do Colégio

Além disso, suei o jaleco para organizar a formatura do curso: e alguns ainda lembram de mim como a guria que foi pegar o canudo usando um chinelo rosa: rebeldia de brincadeira!

O estágio de conclusão do curso realizei na Itaipu Binacional, hidrelétrica localizada em Foz do Iguaçu. O que devo a confiança de alguns professores muito queridos que acreditaram no meu potencial para estar lá. Na tríplice fronteira muuuuitos desafios surgiram: dividir apartamento com colegas do curso, morar sozinha, administrar minha própria grana, viver longe da família, encarar meus medos e superar alguns desafios: como por exemplo admitir que não sabia andar de bicicleta, uma vergonha imensa que eu sentia e não consegui assumir.

Vista da Usina a partir do Mirante do lado brasileiro.

Em uma das visitas à família enquanto morava em Foz - pai e mãe =)

Na Itaipu tive a certeza de que queria trabalhar com pessoas e, além disso, que comunicação era o tema que fazia meus olhos brilharem: ajudar as pessoas a se entenderem através da comunicação. O jornal interno, os eventos, tudo que acontecia na Usina me fazia pensar o quanto queria trabalhar com aquilo, o quanto queria fazer com que as pessoas se sentissem felizes nos seus locais de trabalho.

Finalizado o estágio, em dezembro de 2004: “Oi pai, oi mãe! Estou de volta” Voltei para a casa dos meus pais e tive que me readaptar.

Trabalhei como vendedora em uma loja de artigos esportivos, estudei, tentei vestibular na UFPR (não deu =/), passei em Comunicação Social (habilitação em Publicidade e Propaganda) na federal de Santa Maria e por lá fiquei os próximos 5 anos...

Junto com a faculdade iniciei uma atividade voluntária: coisa que sempre quis fazer. Uma vez por semana eu passava uma manhã brincando com crianças que viviam em um lar para soropositivos. Sempre lembro do dia que um dos meninos me viu chegando e começou a cantar e fazer os gestos da música do jacaré que eu sempre cantava... Fiquei por lá durante uns 2 anos, até não conseguir mais conciliar os estágios, a faculdade, mais o voluntariado.

Na faculdade conheci pessoas diferentes, revi vários conceitos e preconceitos que ainda tinha e tive cada vez mais a certeza de que gostava de trabalhar com pessoas e com comunicação interna. Fiz alguns estágios. Os mais inesquecíveis foram:
  • Em uma escola de música, chamada Musiartes, onde eu atuava na assessoria de comunicação e me divertia muito enquanto trabalhava, um ambiente de trabalho descontraído e muito aprendizado! E, claro, juntei a fome com a vontade de comer e iniciei aulas de técnica vocal, comprei um violão que hoje está guardado na casa dos meus pais em Santa Maria... um dia ainda aprendo a tocar!
  • Na fábrica da Coca-Cola localizada em Santa Maria, a CVI, onde tive a oportunidade de fazer o que me dava muito prazer: comunicação interna e de grátis ainda tinha uma equipe maravilhosa de profissionais e amigos junto a mim. Foi lá que iniciei um contato maior com o Terceiro Setor coordenando o Programa de Responsabilidade Social e percebi que eu podia e queria fazer mais.
Da esquerda para a direita Heleni, Delvia e Tiago - a equipe (mais bonita da cidade) de Comunicação Interna e Responsabilidade Social da CVI.
    Em 2007 passei no processo seletivo da AIESEC, organização mundial que promove o desenvolvimento de jovens através da liderança e de intercâmbios profissionais em mais de 100 países do mundo. Atuava no time de comunicação e adorava! Pessoas legais, festas divertidas o slogan era e continuava sendo: “Work hard, play harder!” Lá aprendi que mais importante do que fazer é fazer com paixão.

    Time de Comunicação AIESEC SM em 2007
    Organizei, junto a 4 pessoas, o evento de final de ano - o AIESEC Christmas - do escritório da AIESEC Santa Maria de 2007 e foi um mês de trabalho intenso, auto-conhecimento, apoio e diversão: o evento contou com apresentações artísticas de grupos da APAE e de uma Associação de Apoio a Portadores da Síndrome de Down. Foi emocionante. 
    Aqui o vídeo da nossa apresentação: http://www.youtube.com/watch?v=7A0boGIYZ2k

    No ano de 2009 organizei e coordenei um time de Endomarketing na AIESEC que contava com uma equipe de 4 pessoas criativas e cheias de vontade de fazer acontecer!
    Nesse mesmo ano, o último da faculdade, foi quando iniciei o estágio na CVI e iniciei minha monografia: um grande motivo de orgulho.
    O tema escolhido foi Representações de infância na publicidade e decidi entender isso a partir do olhar das próprias crianças. Foi fantástico! As entrevistas foram realizadas com três meninas e três meninos entre 5 e 6 anos e eles foram encantadores. Me surpreenderam e me fizeram perceber ainda mais a importância da comunicação na vida das pessoas.
    Para a pesquisa da monografia ganhei uma bolsa de estudos da ANDI – Agência de Notícias dos Direitos da Infância e tive os resultados da monografia publicados em formato de artigo em um livro:http://www.alana.org.br/banco_arquivos/Arquivos/downloads/ebooks/infancia-&-consumo-2010.pdf 

    Em 2010 comecei a fazer terapia,sai da casa dos meus pais, voltei pra casa dos meus pais, larguei um emprego que não me fazia mais bem, fiquei 4 meses somente estudando (pós em Gestão de Pessoas e Marketing que acabei abandonando posteriormente) e pensando no que fazer da vida...

    Em dezembro de 2010 graças a rede de contatos da AIESEC, fiquei sabendo da vaga que ocupo desde janeiro de 2011. Amo morar em Curitiba, os parques, as pessoas, meu trabalho...

    Mais do que morar em Curitiba posso dizer que fazer o que faço hoje é algo que me faz sentir muito realizada: atuo em um projeto chamado Geração Y, realizado pela Aliança Empreendedora (AE) em parceria com a Ashoka e com o financiamento do Instituto Camargo Correa. O objetivo do projeto é apoiar jovens de baixa renda com idade entre 16 e 30 anos que querem empreender. Ajudo-os a desenvolverem uma ideia de negócio ou projeto social e após isso a elaborarem um plano de negócios.

    Equipe do Geração Y
    Embaixo: esq. Mari, dir. Lizi | Em cima: esq. eu, dir. Kaká
     Mas, muito mais do que isso, estou finalmente fazendo aquilo que sempre quis! Trabalho com pessoas e através da comunicação ajudo-as a realizarem o que elas desenvolverem o que querem para suas vidas e o que/como vão fazer isso! Eu não as digo o que fazer, mas tento facilitar o processo para que elas descubram dentro delas mesmas essas respostas. E isso é muito mágico! Compartilhar esses momentos com outros facilitadores é muito enriquecedor. Em uma turma que tenho a Karine como co-facilitadora é incrível a forma como nossos olhares sobre o grupo se complementam e fazem com que possamos atuar em sintonia uma com a outra e com o que é pedido pelo grupo! 

    Do contato com os jovens tenho aprendido a comemorar cada pequena conquista, aprendi a acreditar no potencial de cada pessoa e tenho tentado focar na solução e não no problema (a Lizi, minha coordenadora, é o exemplo perfeito disso!).

    Apesar de longe da minha família morando em Curitiba e trabalhando na AE tenho conhecido todos os dias pessoas que lutam pelo que querem, persistem naquilo que acreditam, são desapegadas com suas próprias ideias para tentar entender a do outro (a Mari, mobilizadora do projeto é a personificação perfeita disso).

    Desde que cheguei aqui fiz um curso de Jogos Cooperativos o que me levou ao Laboratório de Práticas em Pedagogia da Cooperação que está sendo uma experiência fantástica, com pessoas que tem anos de experiência nessa vida de: “Se o importante é competir, o fundamental é cooperar”.

    Eu acredito que a transformação social começa a partir da transformação individual, penso que precisamos estar abertos e dispostos para mudarmos nossas próprias crenças (“mente é que nem pára-queda: melhor aberta”), para então propôr uma mudança “externa” , algo maior.

    Tem uma cantora escocesa que gosto muito, KT Tunstall, que diz: “Everybody sails alone, oh, but we can travel side by side.” Eu quero embarcar em muitas viagens de mudanças, partindo dos indivíduos para o coletivo, e quero ter pessoas com esse mesmo desejo ao meu lado!

    O que tenho usado como lema nos últimos anos é: "A vida é um esboço sem quadro" dA Insustentável leveza do ser (Milan Kundera), então, tento não me preocupar se foi ou não a melhor decisão, mas em aproveitar cada segundo para aprender com a escolha que fiz.
    Muito prazer em te conhecer!